terça-feira, 11 de março de 2008

Comentários sobre Inglaterra e Portugal

por Augusto Patrini Menna Barreto Gomes






Datam de 1373 as primeiras relações políticas e militares entre Portugal e Inglaterra. Estabeleceu-se neste ano o tratado de Windsor onde havia um equilíbrio político entre as partes. Com relação ao aspecto econômico, neste tratado, havia a preponderância de Portugal.
A partir do século XVII, Portugal perde sua posição dominante no terreno político-miltar (e, sobretudo, devido a aspectos econômicos) em beneficio de sua “aliada” Inglaterra. No reinado de Henrique VIII o português começou a dar sinais de franqueza e declínio, devidos principalmente à sua escassez populacional e às mentalidades presas aos valores medievais. Essa situação vai se agravar durante a União Ibérica e piorará ainda mais depois da custosa restauração da coroa portuguesa.
Com a restauração uma serie de concessões econômicas serão feitas a Inglaterra, que enfraquecem o poder português e dariam aos ingleses a capacidade de expandir seu poder econômico, político e militar. Estas concessões se expressam em uma série de tratados entre Portugal e Inglaterra, como os de 1642, 1654, de paz e amizade (1661) e finalmente o de Methuem em 1713, e viriam a ampliar, ou no caso do último, apenas institucionalizar os privilégios econômicos e políticos ingleses. Isso aumentaria em muito o poder dos ingleses frente a Portugal e suas colônias.
Neste processo de restauração o conflito não se deu apenas contra os espanhóis (conflito que destruiriam a marinha portuguesa em 2/3), mas também contra seus próprios aliados, como por exemplo a Holanda, que havia se apoderado de importantes portos portugueses no Brasil, oriente, e na África.
Neste contexto onde os portugueses enfrentam intensos conflitos políticos-militares, a Inglaterra destaca-se como sua aliada militar, política, e desta relação acaba obtendo concessões econômicas importantes, prejudiciais a Portugal. Estas até o século XVII viriam a enfraquecer Portugal (abertura dos portos portugeses aos navios ingleses, primazias econômicas, etc).
Mesmo com a tentativa vã do Conde de Ericeira em estabelecer no século XVII manufaturas em Portugal (por meio de uma política econômica de inspiração Colbertina), os interesses ingleses continuaram se impondo – isso por que a Igreja e a aristocracia portuguesa permaneciam atrelados a uma mentalidade medieval, agrária, e foram contra o estabelecimento de manufaturas em Portugal. Os mesmos interesses da aristocracia agrária (produtora de vinhos) serviram para a Inglaterra no Tratado de Malthuens, onde a sujeição de Portugal se estabeleceu de modo definitivo e total. A política do conde será facilmente destruída após sua morte.

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