quinta-feira, 20 de março de 2008

Leituras





Leitura atual:



  • MAFFESOLLI, Michel. Da parte com o Diabo.


  • Sociólogo francês, Michel Maffesoli é um autor dionisíaco na vida real. Neste livro, 'A parte do diabo', dedica-se a uma questão sombria dos nossos tempos - o lugar do mal. Maffesoli discute de forma única o esvaziamento político, a violência e os conflitos da pós-modernidade, analisando fenômenos como raves, pegas automobilísticos e grandes shows de rock.


  • Cotzee, J. M. Vida e Época de Michael K.


  • O sul-africano Michael K, negro e pobre, perde a mãe e passa a viver como um andarilho, num país convulsionado pela guerra civil. Aos poucos, o protagonista se destitui dos elementos que o ligam ao mundo. Esse processo de animalização pode ser o único refúgio numa época marcada pela barbárie. O livro, de 1983, valeu a Coetzee seu primeiro Booker Prize.


  • PERRONE-MOISÉS, Leyla. Mira e Mexe o Nacionalismo Literário.
    'Vira e mexe', nacionalismo reúne ensaios, conferências e artigos da professora Leyla Perrone-Moisés, nome de proa na crítica literária brasileira há pelo menos quatro décadas. São treze textos produzidos recentemente, a maior parte inédita, amarrados em torno de problemas teóricos derivados do nacionalismo. O leque temático é amplo. O livro contempla análises sobre a cultura na América Latina, o romantismo e o modernismo no Brasil, os estudos culturais, as relações entre Brasil e França, as obras de Edward Said e J. M. Coetzee, entre outras. Há, contudo, um diálogo intenso entre os textos. Sob diversos ângulos, são esmiuçados problemas centrais à crítica contemporânea, como a noção de 'cultura' ou os pares colonialismo/nacionalismo, identidade/alteridade. Irredutível na defesa da primazia dos critérios estéticos para a interpretação literária, a autora rebate qualquer tentativa de enquadrar a obra em molduras sociológicas ou politicamente corretas. Com a prosa cristalina que é marca característica de sua produção, Leyla Perrone-Moisés dialoga com a vanguarda da crítica internacional e ajuda a situar o leitor em meio à profusão de perspectivas teóricas que pontuam o debate contemporâneo.


Em breve resenhas comentadas sobre os livros.



Leitoras para amanhã:



1. ELIAS, Norbert. A Sociedade dos Indivíduos:



Composto de três ensaios interrelacionados, este livro aborda a relação entre a pluralidade de pessoas e a pessoa singular a que chamamos 'indivíduo'. O propósito de Elias, ao acoplar termos aparentemente antagônicos como sociedade e indivíduo, é promover a emancipação de um uso mais antigo, estabelecendo um novo modelo da maneira como os seres humanos individuais ligam-se uns aos outros numa pluralidade, ou seja, numa sociedade. Elias assinala que os indivíduos e a sociedade não são entidades estanques, mas apenas perspectivas diferentes de uma mesma instância. O cientista social ainda faz uma reflexão sobre as mudanças na maneira como a sociedade é compreendida, e até no modo como as pessoas que formam essas sociedades entendem a si mesmas; em suma, a auto-imagem e a composição social - aquilo que o autor chama habitus - dos indivíduos. A obra foi vencedora do prêmio europeu Amalfi de sociologia e ciências sociais em 1988



2. ARENDT, Hannah. A Condição Humana.



'A condição humana', publicado em 1958, é considerado o livro mais ambicioso de Hannah Arendt, filósofa e pensadora política, nascida na Alemanha, em 1906. Aluna de Heidegger, Husserl e Karl Jaspers, e embora sua obra seja basicamente uma grande reflexão sobre a teoria e a prática políticas de nosso tempo, a filosofia subjaz a toda ela. Sua obra, considerada uma das mais originais do pensamento neste século, vem sendo bastante estudada e difundida.



3. LINS, Paulo. Cidade de Deus.



Romance de estréia de Paulo Lins, 'Cidade de Deus' foi publicado em 1997. Saudado pela crítica como uma das maiores obras da literatura brasileira contemporânea, o livro acompanha as transformações sociais por que passou o bairro carioca de Cidade de Deus - modelo do que aconteceu em todo o país. Quando, nos anos 90, o tráfico de drogas substitui a pequena criminalidade da década de 60, a violência se impõe e a guerra começa. Para redefinir a situação do lugar onde cresceu, Lins usa o termo 'neofavela', em oposição à favela tradicional, aquela das rodas de samba e da malandragem romântica. 'Cidade de Deus' é baseado em fatos reais. Grande parte do material utilizado para escrevê-lo foi coletada durante os oito anos (entre 1986 e 1993) em que o autor trabalhou como assessor de pesquisas antropológicas desenvolvidas para os projetos - Crime e criminalidade no Rio de Janeiro e Justiça e classes populares, sob a coordenação de Alba Zaluar.

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