sábado, 12 de abril de 2008

ASSASSINATO


Gustavo Nolasco
Pela primeira vez...(2) num espaço de tempo de vinte e quatro horas de um dia complexo mentalmente exposto a larvas saídas da garganta. Hoje eu serei um assassino. Não desses que existem por aí, psicopatas em série. Serei único. Exclusivo, mesmo precisando ser um assassino pra isso.
Não matarei por matar. Preciso de motivos. Quando preciso de algo, eu mato pra conseguir. É isso, matarei por um motivo. Mas para ser um assassino é necessário matar?
E, matar significa ferir gravemente a vida alheia até a mesma se acabar?
O medo dos excepcionais é a solidão que acontece no dia da partida (eufemismo para morte). Um cachorro procura um lugar onde possa estar sozinho para morrer. Darko. No caso, assassinado, ele perde essa chance. E sou eu quem o tira esse direito.
Sou um assassino e quero um lugar, sozinho, para morrer. Escolher se minha estadia teve significação, sozinho. Eu não preciso mais de motivos. Na verdade, eu nem quero mais ser assassino.
Serei suicida. De certa forma serei o assassino, de mim mesmo. E isso se chama álibe (definição melhor para motivo). Eu sou assim, ser por ser. Ter... por ter.

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